Bom, desta vez calhou-me a mim, postar no nosso blog, e falar do nosso retiro. Este retiro, que foi uma singela pegada, neste nosso caminho.
Dia 1:
Passava pouco das 21h, quando chegamos aquele que seria o nosso “refúgio” nos dias que se seguiam. Vínhamos com expectativas, ambições, desafios definidos e pessoais mas também a euforia de mais um retiro, onde teríamos a oportunidade de conhecer melhor os novos elementos, e convivermos enquanto grupo. Ao passar aquelas portas, seguiu-se a azáfama habitual: jantar, arrumar malas, escolher camas, definir os grupos e as tarefas, lavar a loiça (ou fingir que ficou bem lavada) e arrumar o espaço. Ao tradicional eufurismo que envolve estes “preparativos”, juntou-se a angústia de termos que entregar os nossos telemóveis. Não é nada fácil ficar incontactável ao mundo exterior, em pleno século XXI, nem que seja por umas horas, mas também não foi nada fácil para o Paulinho e para a Sofia conseguirem arrancar-nos os telemóveis sem alguns protestos e ovações.Divididos em grupos seguiu-se um jogo. O Paulinho explicou as regras através de uma gravação de áudio. Cada grupo tinha 4 elementos: o atleta (que não podia ver, mas podia falar), o mudo (que não podia falar, mas podia-se expressar de outras formas), o porta-voz (que podia ver e falar) e o líder (que tinha as mesmas funções que o porta-voz mas que tomava as decisões). Após percebermos o que tínhamos que fazer seguiu-se uma das maiores demandas alguma vez vista (lol). O entusiasmo era tanto que houve alguns percalços: a Sara foi esquecida pelos restantes elementos do seu grupo, o Márcio conheceu de perto uma das portas (desculpa-me), os atletas foram submetidos a uma prova de degustação terrível.Após o jogo ter terminado, os três grupos juntaram-se no oratório e para além de contabilizar os pontos que cada equipa fez, juntamos também as letras que fomos recebendo ao longo dos desafios e formamos uma frase “viver em comunhão com Cristo”.
Dia: 2
07h30 da manhã e já se ouvia a agitação.Depois de rezarmos as laudes e tomar o pequeno-almoço, tínhamos de arrumar a cozinha, lavar a loiça e arrumar a casa pois íamos ter visitas. A Irmã Fernanda e o casal, Claudia e João. Enquanto casal, falaram-nos da vocação do matrimónio. Como era a sua vida a dois, as dificuldades de dividir o espaço com outra pessoa, o tempo útil que tinham enquanto casal, as rotinas, os hábitos, como vivem em comunidade, como o passo de casar deve ser ponderado e não assumido levianamente.A Irmã Fernanda falou-nos de como entregou a sua vida a servir a Deus, ajudando os outros e deixando de lado o sonho de constituir família. Falou da vida em comunidade com as outras Irmãs, como descobriu a sua vocação e os passos que deu até o perceber.Depois de almoçarmos, arrumarmos a cozinha, e ensaiar-mos para a Eucaristia, reflectimos sobre um texto sobre o amor. Amor…aquele que sentimos pela cara-metade, amor pelos amigos, amor ao próximo, amor não enquanto palavra gasta mas enquanto sentimento verdadeiro e sentido. O tema do amor, não tinha só como objectivo por todo um grupo a olhar para dentro de si com um olhar crítico. O Paulinho e a Sofia queriam ver como estavam os nossos corações, como eram por dentro, o que tinham lá dentro, se estavam arrumadinhos ou totalmente desorganizados. Mais uma vez tivemos que em grupo exteriorizar o nosso coração e apresenta-los, mas só depois do jantar. A Eucaristia foi animada por nós, e tivemos a oportunidade de conhecer melhor a casa onde estávamos e o trabalho que nela e feito. Quem quis teve também a oportunidade de estar com as doentes e ajudar no jantar, e ver de perto o quanto é gratificante estar com estas doentes. Jantados (salvo seja), e depois de muito reflectirmos, tinha chegado a hora de mostrar o que vai no nosso coração. Os Berit, mostraram que o seu coração se mostra forte por fora, mas por dentro tem algumas mazelas. Os Fiat tem um coração em puzzle onde cada pedacinho é muito pessoal de cada um. O G3 apresentou um coração cheio de sentimentos e com um ritmo cardíaco por vezes forte, por vezes fraco.
Dia: 3
07h30 da manhã, duas noites mal dormidas e a agitação era quase inexistente. O Nuno fazia anos, era o último dia e ainda tínhamos muita coisa para fazer. Para além das refeições e do encargo de arrumar a cozinha e lavar a loiça, tínhamos também que deixar tudo a brilhar, pois íamos partir e tínhamos que deixar as coisas (mais ou menos) como as encontrámos. E para além destas difíceis tarefas, tínhamos também que em conjunto escrever uma oração e apresenta-la á Sofia e ao Paulinho. Ao fim do dia, fizemos um balanço do que foi o retiro, e de como o tínhamos vivido. Partilhamos o que cada um levava desta experiencia, o que esperávamos dela, se as expectativas foram superadas ou não, se a maneira de estar com Deus se alterou.
Beijos e abraços a voltamos a casa, cheios pelo que vivemos e sentimos.
Foi difícil? Talvez… Custou? Provavelmente… Doeu? Talvez um bocadinho…Foi bom? Foi!! Alterou de alguma maneira a nossa forma de estar? Esperemos que para melhor!
Mas sobrevivemos, JUNTOS!